quinta-feira, 7 de julho de 2016

História e Geografia - Lendas Urbanas: Dona Yayá

                        Lendas Urbanas 


    Algumas histórias, sendo verdade ou não, acabam sendo passadas de pai para filho. As lendas urbanas, por exemplo, ficam cada vez mais populares quando passamos na frente ou conhecemos o local que foi cenário de uma grande tragedia e faz parte do conto. 
    Nesta série, vamos apresentar algumas das lendas que assombram a capital paulista.

Casa da Dona Yayá

    Contaremos a história de Yayá, uma mulher que teve uma vida sofrida repleta de catástrofes familiares.
    Sebastiana de Mello Freire, conhecida como Dona Yayá, foi diagnosticada com sérios problemas mentais. O médico aconselhou sua família de se mudarem para um local mais tranquilo, longe da agitação da cidade grande. Sebastiana se mudou para Bixiga.


(família de Yayá)

    Existe um mistério ao seu redor. Sua irmã de três anos morreu asfixiada e logo depois, sua outra irmã de 13 anos também morreu de tétano. Quando estava na adolescência, sua mãe veio a falecer e dois dias depois seu pai também morreu, restando apenas ela e seu irmão mais velho.


(Dona Yayá e sua irmã)

    Os órfãos de 14 e 18 anos ficam sob os cuidados da madrinha Eliza Grant e como tutor é normado Manoel Joaquim de Albuquerque Lins. 
     Ao chegar em São Paulo, foi estudar no Colégio Nossa Senhora de Sion e seu irmão na Universidade de São Francisco. Em 1905 fazendo uma viagem à Argentina de navio, o irmão Manoel se joga no mar, pois tinha esquizofrenia. O mesmo que foi diagnosticado em Dona Yayá anos depois. 
    Ela se mudou da região central e foi para seu palacete, que se localizava na 7 de Abril, onde realizava festas e saraus, que ela começou a ter os primeiros surtos esquizofrênicos. Começou a se medicar, mas naquela época esta doença não era muito conhecida, fazendo com que os cuidados fossem bastante restritos. Decidiram levá-la para o casarão localizada no bairro Bela Vista em São Paulo, onde ficou completamente isolada do mundo durante mais de 36 anos. Moravam ela, uma prima e um enfermeiro que cuidava de seus problemas de saúde. A casa foi toda adaptada para garantir que não tivesse nenhum contato com o exterior. Alguns anos depois de se mudar, construíram um solar, que era o único local que ela podia ficar na parte externa da casa. 


(Solar da casa de Yayá)

     Morreu em 1961 no Hospital São Camilo. Na época, sua família tinha muito dinheiro, já que ela era herdeira de um dos maiores barões do café paulista e toda essa fortuna foi doada para pesquisas da USP, que usou este dinheiro para benefícios de pessoas que não tinham condições de estudar. A casa é patrimônio da USP e está aberto para visitas.
    O ar assustador do local atrai pessoas de todos os lugares do país. Há boatos que ainda é possível ouvir gritos ensurdecedores de desespero da menina e que, frequentemente, aparece em uma das poucas janelas e no seu solar, se você for procurá-la de noite. 




                                





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